domingo, 3 de maio de 2009

Amor, sublime amor.

Um dia ela sentará, sozinha, e verá a história em imagens. brancas, pretas, amarelas, roxas, vermelhas. Especialmente roxas, era a cor que mais lhe ocorria e traduzia.

Elas virão como em um filme ou em momentos congelados como fotografias que refletirão o que seus olhos uma vez viram... ou é possível, ainda, que da memória brotem palavras organizadas em frases perfeitas como nos livros com os quais ela tanto se identifica. Virão à tona lágrimas emocionadas pelos tantos sentimentos sentidos? ...afinal, foram tantos, tão maravilhosos, tão perfeitos encontros.

Sim.

Ela lembrará daquele abraço pelas costas, sentada na beiradinha da cama, implorando por amor, em silêncio; dos vários beijos de que foi quase vítima, empurrada contra a parede - especialmente aquele em que chorara de dor, medo, felicidade e desespero (sentimentos sufocados a dois); dos outros encontros nervosos, escondidos, conta que perdeu de propósito; da solidão que às vezes tomava conta, e fazia-a sentir tão carente e vazia nas noites (ou mesmo manhãs) em que se via obrigada a encarar o leito gigantescamente solitário; do alívio que sentia quando o celular tocava, que reconfortante!, tantas vezes seguido de um abraço carinhoso e de uma conversa sincera, longa, acolhedora.

Ela lembrará tudo, mas vai esquecer em seguida e abrir um sorriso verdadeiro, largo, sincero...

...como agora.

Porque aprendera que amar é mais difícil do que cozinhar. E que - mais importante ainda - amar é impossível, às vezes.

E vai continuar tudo bem, como sempre.