sábado, 3 de maio de 2008

de um sonho

ontem sussurrei canções velhas, de ninar
ao pé da tua alma distante
- sedenta de teu hálito e tuas asas -
ouviste?
ontem gritei baixinho teu nome
inspirei teus odores que ainda ficaram (e estão) em mim
- meus dedos e meu desejo escorregavam pelas paredes -
sentiste?

há em minha pele cantos só teus
ainda não tocados
que guardo, enquanto pretendo aqui o teu toque

um misto de mãos e saliva e pele
são tudo e apenas o que sinto
quando teus lábios tocam os meus
quando minha língua corrompe tua boca,
explorando o teu céu, tuas nuvens e teus dentes.

e quando teus braços me invadem,
e me jogam contra esse muro que é teu desejo fêmeo,
são então os meus olhos que, fechados, escondem a vertigem, o medo,
e o meu amor.
meu grande amor.

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