quarta-feira, 29 de abril de 2009

Eu sempre serei eu amanhã. Não a mesma eu, mas ainda eu.

faço brincadeiras com a realidade como que a tentar dominá-la, porque tenho medo de esperar. testo as pessoas, e isso me cansa.

queria conseguir usufriur sem medo do que a vida me traz, e receber as coisas boas sem pensar no que vão dar... afinal, a vida não é mesmo isso? um movimento constante?

queria não temer o amanhã.
queria não temer o hoje, nem tentar dominá-lo...
sem ter medo do que vem, do que vai, do que fica, do que eu gosto e daquilo(daqueles) que é(são) objeto do meu afeto e estima.

me mostrar mais, aceitar mais...
somar em vez de tirar de mim o que vem.

ao menos que eu não goste, claro... não queira.
mas que seja sem sofrimento demasiado.
afinal, perdas são, muitas vezes, nossos maiores ganhos.

MAS QUE EU NÃO ME ENGANE.
porque eu sei que NUNCA deixarei de lutar e de gritar e de buscar o que eu quero para mim.

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Tenho, guardadas na gaveta, figurinhas coloridas
E palavras negritas
Para ninguém, por enquanto.
Tenho a poesia no corpo, em tatuagens.
(declarações de amor à vida).

Um dia, talvez, eu abra de novo a porta
e deixe alguém entrar,
já que me pedem.

Mas só se vier de mansinho,
devagarinho,
dançando,
assim como o sol, quando chega de manhã...
assim como o sol, quando vai embora... e deixa a certeza de que vai voltar.

Porque meu amor é muito,
mas tanto,
mas tanto,
que pede alma e exige entrega.
Enlaça,
envolve,
recebe, devolve.

Só sei amar de fazer a cabeça girar e o chão sumir,
só sei amar com o prazer
do sexo e do gozo sem fim.

E se for assim,
pode me morder,
pode me bater, arranhar, fazer sangrar.
Àquele que me desespera, eu amo sem pensar.

sábado, 25 de abril de 2009

There's nothing you can do that can't be done

Embora eu venha sentindo este vazio e indiferença quase constantes, hoje realizei que o que sinto falta é de amor. All I need is love, talvez meu sentimento possa ser assim traduzido. E isso não é pouco. Venho há tempo fugindo do meu sentimento, correndo como louca daquilo que um amor pode vir a significar – sofrimento, prisão, abrir mão... abrir mão: daquilo que quero, da minha liberdade relativamente absoluta (o que vem a ser isso?), do meu equilíbrio.

E o irônico é que, em nome da busca por esta balança reta, acabei por incliná-la de vez. Sou radical naquilo que busco e no que determino ser o caminho para conquistar o que quero. Eu fugi do amor, talvez por não querer me ver de novo dependente e frágil, talvez por não querer mais me ver exposta aos olhos do outro, com medo de mim.

E agora... de repente... passou.

Construí muros invisíveis mas bastante reais... quase como um campo de forças ou uma incubadora à minha volta. Segui trilhando o caminho a passos pequenos e, é verdade, não deixei de caminhar. Mas hoje meu sentimento mudou e minhas prioridades já estão sendo postas em xeque. E isso dá medo... a cada novo passinho, uma vertigem, um arrepio. Já não sei para onde vou... mas penso que isso não é necessariamente ruim, porque tenho confiança em mim e nas minhas escolhas, sejam elas quais forem. Talvez seja hora de viver um pouco, para variar. E seja o que nós quisermos.