sábado, 12 de julho de 2008

Da entropia

Na cadeira. Ela lia revistas antigas em frente à lareira, a teve ligada só para preencher ambiente. Preciso fazer várias coisas ao mesmo tempo, que saco, pensava. Por que não me concentro, não relaxo, para alguns até uma novela faz sentido, culpava-se. E no momento seguinte relia o parágrafo que acabara sem fazer sentido. Seguia adiante, o mesmo processo de leitura seguida de devaneio seguido de insitência nas palavras. Nada pode ser tão difícil. Talvez a notícia que vira memória que vira nada seja mesmo sem sentido, mas... não. Preciso entender o que acontece, ver além do pórtico de entrada da cidade. Muito acontece, agora. A vida continua sendo vivida no mundo, ainda que ela só apareça para mim em leads, parágrafos informativos, fotos, legendas, insiste. Na ânsia de absorver o mundo, ela pára. O rádio ligado, a tevê piscando, as letras no jornal: todos dão a mesma história. Tudo bem. Já entendi, vamos para a página seguinte, e mais um chimarrão.

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