quarta-feira, 5 de março de 2008

Desabafo

Sinto tua falta. Que loucura, não é mesmo? Já não sei o que faço, é como se tua alma me acompanhasse ao longo dos dias. Pouco importa para onde eu vá. Mesmo quando fico, estás comigo. Mas só converso contigo quando sento aqui, que é quando me enxergo - refletida nesta tela iluminada. É quando te encontro, é como eu esqueço, lembrando. Só assim para resistir. Disseste que não queres complicar minha vida. Eu concordei, mesmo sem entender. E hoje me arrependo de não ter te perguntado: o que isso quer dizer? Me contaste tantas coisas, acho que também foi isso uma forma de tentarmos nos fazer íntimos de novo. Como se em uma noite pudéssemos compensar uma distância mantida por quase três anos! Mas conversamos pouco. Nos mostramos pouco, reservados, com medo do rídiculo do não. Ridículo que eu conheço bem, aquele não ainda dói quando eu deixo. Ficamos nos olhando, admirando, surpresos. Era real, então? Mas, se era real, e agora? O lúdico tem sentido nele mesmo, porque pode ser fantasiado sozinho. Mas, e o real? Existe ordem no real? Controle? Vivemos com medo, todos vivemos com medo. E é assim que conseguimos obter tanto sucesso com fracassos. Temos medo do ridículo do não. Mas não posso te dizer isso. Não eu, que já fui tão machucada, exposta. Eu nunca te deixei dúvidas, e hoje eu choro porque tudo o que eu queria era ser feliz, senão ao teu lado, pelo menos estando um pouco mais próxima de ti.

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